Ingressei na Polícia Militar em julho de 1983. Eram anos difíceis em nossa gloriosa PM com salários de fome e condições insalubres de trabalho.
Naquele tempo senti na pele a necessidade de lutar por melhorias para nossa corporação. Por isso com 14 anos de tropa eu e vários companheiros de farda naquela época nos aventuramos a disputar o comando da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás (ACS), que havia surgido em abril de 1991 como Clube Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de Goiás (CSCSPMGO).
Fomos vitoriosos e de lá para cá a ACS tem se destacado no cenário goiano e nacional graças a uma eficiente e intensa atuação na defesa dos direitos e interesses dos cabos e soldados PM/BM de Goiás e do Brasil.
Mas, gestão classista, não se faz sozinho ou apenas dentro da entidade que se representa.
Além da luta de valorosos colaboradores para se alcançar os objetivos de uma categoria tão importante e numerosa quanto a dos Policiais e Bombeiros Militares é preciso ter, e poder contar, com uma importante representação política.
Todos os benefícios ou prejuízos que temos nessa caminhada, são decorrentes do nosso trabalho de defesa intransigente de direitos e conquistas e da atuação política do governador, do presidente da república e dos parlamentares, no caso deputados estaduais, federais e senadores.
São eles que, por conveniência política, ideológica ou por questões financeiras, concedem benefícios, garantem a manutenção de direitos conquistados a duras penas ou que os retiram para atender suas conveniências.
Não me cabe aqui falar da importância e da representatividade das forças de segurança neste país. Somos fortes e temos inegável apoio da sociedade. Diante do avanço da criminalidade e da frouxidão de nossa legislação penal, que privilegia o bandido em vez da vítima, tenho absoluta convicção de que o cidadão de bem está do nosso lado. Mas, infelizmente, não sabemos usar essa vantagem a nosso favor. Aqui em Goiás se somarmos os integrantes das duas corporações (PM/BM), ativos e inativos, temos ao menos 600 mil eleitores (se cada militar conseguir 20 votos), se contarmos com parentes, amigos e simpatizantes.
Podemos eleger até oito deputados federais e cerca de 15 deputados estaduais. No entanto há pouco mais de 20 dias das eleições gerais não vejo um movimento de união e defesa dos interesses da Polícia Militar e Bombeiro Militar. Eu tenho lutado como presidente da ACS e como vice-presidente da Associação Nacional das Entidades Representativas de Policiais Militares e Bombeiros Militares (ANERMB), contudo tão importante quanto é elegermos legítimos representantes de nossa categoria. Precisamos trabalhar muito e defender, por meio do voto, nossos interesses. Se não tivermos representatividade podemos perder, por exemplo, a paridade dos ativos com inativos.
A responsabilidade está sobre os nossos ombros. Precisamos reeleger o atual deputado estadual que diretamente representa nossa categoria e ampliar os eleitos que no Congresso Nacional conheçam e lutem pelos nossos interesses. Procure a ACS e se informe sobre os nomes que estamos apoiando.
Em 2019 não adianta nenhum de nós chorar sobre o leite derramado.
Precisamos sair dessas eleições fortalecidos contando com políticos, tanto no Executivo quanto no Legislativo, que de fato representem nossos interesses. Temos plenas condições de conseguir 200 mil, 300 mil votos e evitar, por exemplo, que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 037, que prevê a municipalização do Corpo de Bombeiros, avance. Está em nossas mãos o poder de decisão de evitar prejuízos futuros. Precisamos é avançar na garantia de direitos e não regredir ao elegermos políticos que são contrários aos interesses dos militares.
Nós fazemos tudo para os outros e nessa hora tão importante deixamos de tomar conta da nossa própria casa. Não podemos mais uma vez perder a chance de nos unirmos em torno de um objetivo comum: a defesa dos direitos e garantias dos militares. Portanto no dia 07 de outubro vamos votar de forma unida apenas nos candidatos apoiados pela ACS e demais entidades representativas da Polícia Militar e do Bombeiro Militar. Um forte abraço e que Deus nos dê sabedoria e discernimento para votarmos da forma mais correta no dia 07 de outubro a favor e em prol da PM/BM.
Gilberto Cândido de Lima
Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado de Goiás (ACS)
